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GALERIA RAQUEL ARNAUD
O CUARTO ESTADO DA MATÉRIA 
Curaduría Marcello Dantas
August 21 - October 19
, 2024

SÂO PAULO, BRAZIL
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GALERIA RAQUEL ARNAUD

O CUARTO ESTADO DA MATÉRIA 

Curaduría Marcello Dantas

August 21 - October 19, 2024

SÂO PAULO, BRAZIL

O trabalho de Gisela Colón explora as interconexões entre ecofeminismo, histórias coloniais e as forças universais da natureza. Sua prática artística busca transformar o pessoal em universal, seguindo uma trajetória elíptica que começa com o início dos tempos, a primeira luz primordial que criou a vida na Terra. Colón atravessa a violência da existência humana, processando experiências de opressão contra humanos, animais e a natureza, retornando catarticamente ao mundo natural em busca de respostas, utilizando uma linguagem de regeneração transformadora.

 

Colón utiliza sua arte para abordar as dolorosas realidades da violência armada, do feminicídio e da violência coletiva que presenciou durante sua juventude em Porto Rico. Em suas obras, ela canaliza essas experiências traumáticas, transformando-as em metáforas de renovação e resiliência. Observando e aprendendo com os processos de cura e regeneração, Colón desenvolveu uma estética que incorpora a vitalidade e a força dos elementos naturais, como exemplificado em suas esculturas monolíticas que simbolizam a transformação de balística em montanhas metamórficas, a Balística Holística.

 

A artista se apropria de materiais de alta tecnologia, frequentemente associados a funções militares, transformando-os em veículos de luz, vida e transcendência. Essa transmutação de materiais destinados à opressão em objetos que canalizam energia positiva subverte suas conotações originais. Com essa abordagem crítica, o espectador é desafiado a reconsiderar a relação entre tecnologia e a capacidade transformadora da arte.

 

Plasma, o quarto estado da matéria, reflete seu conceito de criação sob pressão extrema, emergindo como luz incandescente. Suas esculturas capturam e refratam a luz, criando uma cor estrutural que remete às cores naturais encontradas em besouros escaravelhos, conchas de abalone e mariscos pré-históricos. Esses elementos enfatizam a conexão entre a arte de Colón e a história primordial da vida na Terra, destacando a transformação da energia solar em energia química como a centelha inicial de vida.

 

Colón nos lembra que todas as respostas vêm do mundo natural. A energia da Terra e as leis da física oferecem um guia sobre como reparar os caminhos quebrados da humanidade e retornar a uma simbiose equilibrada de coexistência na Terra. Sua arte atua como um manifesto para o pós-Antropoceno, convidando-nos a nos reconectar com nossas origens universais e abraçar um futuro de regeneração com a natureza.

-- Marcello Dantas

 

 

The Fourth State of Matter

Gisela Colón’s work explores the interconnections between ecofeminism, colonial histories, and the universal forces of nature. Her artistic practice aims to transform the personal into the universal, following an elliptic trajectory that begins with the dawn of time, the primordial light that created life on Earth. Colón traverses the violence of human existence, processing experiences of oppression against humans, animals, and nature, returning cathartically to the natural world in search of answers, utilizing a language of transformative regeneration.

 

Colón uses her art to address the painful realities of gun violence, feminicide, and collective violence that she witnessed during her youth in Puerto Rico. In her works, she channels these traumatic experiences, transforming them into metaphors of renewal and resilience. By observing and learning from processes of healing and regeneration, Colón has developed an aesthetic that embodies the vitality and strength of natural elements, as exemplified in her monolithic sculptures that symbolize the transformation of ballistics into metamorphic mountains, a Holistic Ballistics.

 

The artist appropriates high-tech materials, often associated with military functions, transforming them into vessels of light, life, and transcendence. This transmutation of materials intended for oppression into objects that channel positive energy subverts their original connotations. Through this critical approach, the viewer is challenged to reconsider the relationship between technology and the transformative power of art.

 

Plasma, the fourth state of matter, reflects her concept of creation under extreme pressure, emerging as incandescent light. Her sculptures capture and refract light, creating structural color that echoes the natural hues found in scarab beetles, abalone shells, and prehistoric mollusks. These elements emphasize the connection between Colón’s art and the primordial history of life on Earth, highlighting the transformation of solar energy into chemical energy as the initial spark of life.

 

Colón reminds us that all answers come from the natural world. The Earth’s energy and the laws of physics offer a guide on how to mend humanity’s broken paths and return to a balanced symbiosis of coexistence on Earth. Her art serves as a manifesto for the post-Anthropocene, inviting us to reconnect with our universal origins and embrace a future of regeneration with nature.

-- Marcello Dantas

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